“I would die for you
I would kill for you
I will steal for you
I'd do time for you
I will wait for you
I'd make room for you
I'd sail ships for you
To be close to you
To be part of you
Cause I believe in you
I believe in you
I would die for you”
#1 Crush – Garbage
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Eu só estava calmo por fora. Precisava que ela estivesse calma e tranquila, porque eu não estava. Havíamos chegado a um ponto meio que sem volta, não havia mais muito a fazer, talvez pudesse esperar mais um pouco, prepará-la melhor, mas eu não acreditava nisso, eu via em seus olhos que ela queria aquilo tanto quanto eu, mais, até. Tudo estava indo bem, bem demais, mas o esforço maior viria agora. Me deitei sobre ela, para sentir seu corpo todo colado no meu, e a abracei. Mergulhei o rosto em seu pescoço, em seu cabelo, e senti a sede familiar chegando novamente, subindo por minha garganta. Ao invés de parar, dei pequenas mordidas em seu pescoço, como se estivesse me preparando para mordê-la, e ela praticamente saiu de si com aquilo. Acalmei os pensamentos. Tinha que estar preparado para o pior, se eu a mordesse de verdade teria que tentar novamente tirar o veneno de seu organismo, ou prepará-la para a transformação. Tudo estava mais ou menos ajustado para qualquer possibilidade.
Mas ao invés de aumentar minha sede, as mordidas, que não chegavam sequer a arranhar sua pele, a acalmaram. Seria o instinto do caçador sendo aplacado? De repente resolvi fazer um último teste, uma iluminação me atingiu. Vinda do medo, talvez. Ou talvez fosse apenas mais curiosidade, mais vontade de tê-la completamente. Ela estava suada, corada, um tormento por toda a parte. Mas o cheiro mais intenso vinha do centro dela. Uma parte que eu tinha evitado um pouco, exceto quando estávamos no mar, embaixo da água, e que então me permitira tocar. Me afastei um pouco dela, gerando um gemido de protesto. Me inclinei e sussurrei em seu ouvido.
“Calma, amor. Preciso fazer algo antes.”
E colei os lábios em seu pescoço, inspirando profundamente, sentido a pulsação do sangue em suas artérias, me inebriando com seu cheiro doce, tentador, provando o suor da pele, que lembrava de uma maneira milhares de vezes mais fraca o gosto de seu sangue. Desci pelos seios, me demorando um pouco nas partes que a faziam pular, e desci pela barriga lisa. Quando ela percebeu que eu ia continuar descendo, segurou meus cabelos com as mãos. Eu sabia que ela estava terrivelmente envergonhada, mas aquilo provavelmente me ajudaria, então segurei suas mãos com uma das minhas com firmeza e continuei descendo.
Foi um choque para ambos quando a encontrei com a boca e a língua; para ela, uma sensação totalmente desconhecida, de frio e invasão ali onde era mais sensível, e para mim, estar tão perto daquilo que era o mais próximo possível do cheiro verdadeiro dela, do seu ponto mais vital, de onde a vida surgia; o cheiro era intenso devido ao grau de excitação que ela tinha atingido; era pungente, mais salgado que o cheiro de seu sangue, mas quase tão potente quanto. Inspirei profundamente enquanto provava seu sabor, explorando todos os pedaços dela, deixando que o cheiro me inundasse. Já não prestava atenção a suas reações, a seus protestos, – ainda seriam protestos àquela altura?
Me deixei levar pela experiência sensorial. Senti mais uma vez a boca cheia de veneno, estava pronto para devorá-la, para bebê-la até o fim, mas a vontade não era mais tão incontrolável como antes. Senti suas mãos novamente em meus cabelos. Eu a soltara sem perceber, mas elas já não faziam resistência, pareciam me guiar, guiar o ritmo, a pressão que eu precisava fazer para levá-la ao êxtase. Era como se não fosse a primeira vez, e sim uma redescoberta de algo que ficara muito tempo longe de mim.
Aos poucos percebi que suas pernas se contraíam de forma ritmada, e a respiração foi se encurtando cada vez mais. Continuei sob suas mãos, fazendo o que ela desejava, perdendo a noção do tempo, me aprofundando dentro dela, tocando-a com a ponta dos dedos e com a língua ao mesmo tempo. Senti quando meus dedos encontraram uma resistência, e lembrei que ela iria sangrar, provavelmente, e o cheiro ficaria ainda mais tentador. Ainda bem que eu já estava controlado o suficiente depois daquela incursão ao seu corpo.
Ouvi um grito abafado no momento em que todo o seu corpo se contraiu, e depois relaxou, em meio a espasmos. O cheiro dela se tornou ainda mais intenso, e eu voltei a me deitar sobre ela, para fugir da onda doce e fulminante que me alcançou. Me apoiei um pouco nos braços para observá-la com curiosidade, e por um momento fiquei feliz por ela ter insistido tanto em ter essa experiência antes da transformação. Ela estava me dando um presente único, de sentir o corpo dela tão vivo, em uma experiência tão unicamente humana. Fiquei feliz também em ter aceitado. Amanhã, caso algo desse errado, eu poderia voltar a sentir culpa, responsabilidade, irritação comigo mesmo por ser tão inconsequente, mas naquele momento tudo que existia era o calor que emanava dela, o cheiro intenso, a sede sob controle, e o prazer que dávamos um ao outro.
Deitei-me ao seu lado, enquanto a observava, atento. Os olhos fechados, a respiração entrecortada, o suor formando minúsculas gotas em sua testa, ela estava a cada segundo ainda mais fascinante. A resistência que eu já tinha contra transformá-la em uma de nós aumentou. Tanta coisa seria perdida! Ela não tinha consciência da própria perfeição.
“Bella?” Arrisquei chamá-la depois de um tempo; um sussurro. Queria ver seus olhos. Ela virou o rosto para mim e os abriu. Geralmente de um marrom suave, seus olhos estavam escuros e fluidos, como ônix líquido; quase não consegui distinguir as pupilas novamente dilatadas das íris escuras. Seu olhar transbordava de amor, satisfação, surpresa e um pouco de timidez, tudo misturado numa composição única. Sorri imensamente, devolvendo todos os sentimentos que ela deixava transparecer... Segurei sua mão.
“Está viva ainda?” Perguntei brincando. Ela espreguiçou os braços como se fosse uma gata.
“Parece que você decidiu me deixar viver mais alguns instantes.” Seus lábios formaram um sorriso satisfeito.
“Ainda quer que eu continue?” Provoquei, chegando próximo a ela e mordendo de leve o lóbulo da orelha. Ela pulou novamente, mas a resposta me surpreendeu.
“Não, preciso de um tempo para me recuperar. Ainda tem champanhe?”
Dei uma risada espontânea e estendi o braço para a taça e a bebida que ainda estava fria no balde de gelo. Enchi a taça, e entreguei em sua mão ainda trêmula. Antes que bebesse, procurei seus lábios, tocando sua língua com a minha. Sabia que ela podia sentir o próprio gosto na minha boca, e aquilo me provocou um arrepio instantâneo. Ela estava temporariamente satisfeita; eu, nem um pouco.
Ela bebeu a taça inteira de uma só vez, continuava com sede. Ofereci água na mesma quantidade, ela aceitou de bom grado. Depois se recostou novamente nos travesseiros, e acariciei sua testa, tirando as mechas de cabelo que estavam grudadas com suor.
Ela me olhou com um olhar indecifrável. Parecia querer poder ler a minha mente desta vez. Retribuí o olhar com a mesma intensidade. Estávamos sem palavras.
“Era isso que precisava fazer?” Ela perguntou com a voz rouca. Tentei descobrir se havia um pouco de reprovação na pergunta. Me senti um pouco culpado; sabia que tinha sido uma invasão íntima demais, e talvez tivesse sido tudo muito rápido para ela. Suspirei.
“Foi uma idéia que tive na última hora. Achei que, se me acostumasse com o seu cheiro, poderia ser mais fácil. Eu ainda tenho medo, Bella. Não temos garantias.”
Ela olhou para o teto por alguns instantes, depois ficou muito vermelha; me olhou de canto de olho e eu sorri, não consegui evitar.
“Edward... Não posso reclamar, apesar de ter ficado...” Ela ficou mais vermelha ainda. “Foi uma das sensações mais absurdamente maravilhosas que eu já senti. Se o resto é ainda melhor... Eu não sei se vou aguentar.” Ela parecia sincera. Mas eu sabia que era tudo uma questão de perspectiva. Era estranho estarmos conversando sobre isso; as palavras não eram suficientes para descrever as coisas, e era um pouco desajeitado. Nós nunca tínhamos conversado sobre esse assunto abertamente. Era normal que ela ficasse insegura. A falta de experiência ajudava. Tentei ser o mais sincero possível, baseado em tudo que sabia.
“Até onde sei, vai ser diferente. Mas não posso dizer como, cada um tem um corpo, uma forma de sentir.”
Ela sorriu. “Eu te amo.” A voz era linda. Obrigada por ter decidido vir para cá comigo.”
“Não agradeça ainda. Ainda não acabou.” E minha voz se tornou novamente maliciosa. “E por falar nisso, eu não aproveitei tanto quanto você. O que vai fazer para consertar isso?”
O sorriso voltou a seus lábios. “Bem,” ela respondeu, os olhos brilhando. “Acho que aprendi uma ou duas coisas nas últimas horas. Vamos ver o que consigo fazer por você.”
(continua...)
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